OUVIR EMISSÃO
Tenho o meu coração numa caixinha
Apertado e dorido
Pressionado e escondido
Magoado e sentido
Sufocado e mal parido
Pequena como um grão
Perdida no chão
Por uma vez, o meu coração saiu da caixinha
Soltou-se e engrandeceu
Voou e resplandeceu
Viajou de forma saborosa
Entregou-se de forma vagarosa
Sentiu e Viveu
Amou e Sofreu
O meu coração voltou à caixinha
Tinha o dobro do seu tamanho
Foi difícil o seu amanho
E para aí voltar a caber foi espezinhado
E ficou amarrotado
Pisado e dilacerado
Cortes profundos, não mais curado
Cansado e a chorar
De dor, a Gritar
Sem reparação
Sabendo que não mais haverá ilusão.