E isso é libertador.
Mas, agora… Agora que não te tenho é como se te conseguisse ver ainda melhor.
Agora já não sei se é a dança esse lugar só nosso ou se és tu próprio esse lugar. Não sei. Para ser sincera, tenho medo de o descobrir. Se descobrir que tu és esse meu lugar mais recôndito, tudo se irá tornar ainda mais doloroso quando abrir os olhos.
Que amor é este que para acontecer tive de esconder aquilo que sou? É confuso, não é? Mas o ser humano é capaz de amar seja de que forma for. Seja ou não verdadeiro com o outro, o ser humano é capaz de amar. Eu fui capaz de te amar sem nunca te mostrar tudo aquilo que sou. Talvez porque o amor nos leva para além do pensamento, da razão, do sentido comum. Se há um sentimento capaz de ir para aquilo que somos, para além do tempo que vivemos, para além do local onde estamos é, sem dúvida, o amor.
assim, de mansinho, assente nas palavras e na melodia que eu escutava, quase imperceptível, cada vez que estavas na minha presença.
Um amor que nasceu escondido. Não só de ti, mas também de mim. Eu não o sabia. Só com a concretização do célebre cliché “só damos conta do que temos quando o perdemos” é que consegui dar nome a tudo aquilo que sentia. Resta-me guardá-lo como um bem precioso, como um segredo… Tal e qual como guardo a dança. Será sempre algo meu, que guardo e protejo com todo o meu carinho, com toda a minha sensibilidade e a minha imaginação.
O meu segundo maior erro foi acreditar que… Que aquele teu sorriso enquanto me esperavas naquele muro seria eterno… Que sempre que eu quisesse eu iria poder vê-lo. Mas não. Claro que não. Nada é eterno. Aliás, há, talvez, algo que seja eterno: este amor que tenho por ti. Pelo menos, nunca se apagou mesmo com todos os homens que conheci, mesmo com todas as aventuras que tive. Invariavelmente e como se fosse o mais constante de toda a minha vida, este amor manteve-se sempre aqui, no meu coração, como parte integrante do meu ser.
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NOTA:Música que baseia este texto: “I Can´t Stop Loving You”, versão de Bryan Adams (originalmente o tema é de Don Gibson).
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